Oxum e Xangô

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Ora ieie ô / Kaô Cabecile

domingo, 23 de dezembro de 2012

História de OMOLU / OBALUAÊ


OMOLU / OLABUAÊ é o senhor das doenças, é o Orixá da renovação dos espíritos, senhor dos mortos e regente dos cemitérios, considerado o campo santo entre o mundo material e o mundo espiritual.
O Orixá conhecido como OBALUAIÊ no Candomblé e OBALUAÊ na Umbanda, como XAPANÃ no batuque. XAPANÃ é um nome proibido tanto no Candomblé quanto na Umbanda, não deve ser mencionado pois deve atrair doenças inesperadamente.
OMOLU / OBALUAÊ é filho de NANÃ, irmão de OXUMARÊ, e sua figura é cercada de mistérios. A ele é atribuído o controle de todas as doenças, especialmente as epidêmicas.
O poderoso Orixá tem tanto poder de causar a doença como pode possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

O CULTO A OMOLU / OBALUAÊ

Tem como emblema o Xarará, espécie de cetro de mão feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitados com búzios e contas em que ele capta das casas das pessoas energia negativa, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta ligação nos mostra sua ligação na terra.
A vestimenta de OMOLU é deita de fibra de ráfia extraída do IGI-OGORO, a palha da costa, elemento de grande significado ritualístico principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.
É composta de duas partes o "fila" e o "azé" a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé, sua roupa de palha é uma saia de palha da costa que cai até os pés em alguns casos, em outros, acima do joelho, por baixo desta saia vem um Xokotô, espécie de calça, também chamado de cauçulú, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com a roupa de palha revela sua importância e ligação com a morte.


  • COR: preto e branco
  • FIOS DE CONTAS: contas com miçangas pretas e brancas leitosas
  • SÍMBOLO: cruz
  • PONTOS NATUREZA: cemitérios, grutas e praia
  • METAL: chumbo
  • SAÚDE: todas as partes do corpo (é o Orixá da saúde)
  • DIA DA SEMANA: segunda-feira
  • SAUDAÇÃO: Atotô (significa silêncio, respeito)
  • BEBIDA: água mineral e vinho tinto
  • ANIMAIS: galinha d'Angola, caranguejos e peixe de couro, cachorro.
  • COMIDAS: feijão preto, carne de porco, deburú - pipoca, (Abadô - amendoim torrado e pilado, latipá - folha de mostarda e Iberêm - bolo de milho envolvido com folhas de bananeira.)
  • NÚMERO: 3
  • DATA COMEMORATIVA: 16 de Agosto e 17 de Dezembro
  • SINCRETISMO: São Roque (São Lázaro)
  • INCOMPATIBILIDADES: claridade e sapos
SINCRETISMO RELIGIOSO:








É sincretizado como São Roque na forma de OBALUAÊ, o jovem. Na forma mais velha de OMOLÚ, é sincretizado como São Lázaro.
OBALUAÊ é sincretizado com São Roque na Igreja Católica, protetor contra a peste e padroeira dos inválidos e cirurgiões.












CARACTERÍSTICAS DOS SEUS FILHOS:

Uma das características mais marcantes dos filhos de OMOLÚ / OBALUAÊ é que eles parecem ter mais idade do que realmente tem, por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada.
São doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal humorados. Quando querem fazem e ajudam os outros sem exceção. 
Os filhos desse Orixá sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por muitos anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade.
Podem ter premunições e e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que ajudam a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam de ordem e disciplina.

PIPOCA É A OFERENDA PRINCIPAL DE OMOLÚ / OBALUAÊ

Os devotos lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipoca, o deburu em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.
Deburu é a comida mais apreciada pelos Orixás OBALUAÊ e OMOLÚ. É o milho de pipoca estourando em uma panela, em alguns lugares com óleo, em outros com areia, nesse ultimo caso é preciso peneirar a areia depois de pronta. Ao final, a pipoca é  colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitadas com pedacinhos de côco. 

LENDA DE OMOLÚ / OBALUAÊ:

Doente e com o corpo cheio de feridas, OMOLÚ retorna a aldeia de onde nasceu e encontra todos os Orixás em festa, mas envergonhado de seu aspecto não entra, fica escondido e observando os Orixás. OGUM percebe que OMOLÚ não veio dançar e compreende a razão, e resolve ir para o mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir OMOLU da cabeça aos pés.
Feito isso OMOLÚ entrou na festa, mas mesmo assim não dançava com os Orixás. Foi quando IANSÃ se aproximou e com seu vento sopra a roupa de palha palha de OMOLÚ e suas feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos vêem OMOLÚ como um rapaz bonito, sadio e brilhante como o sol.
 

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